Terminei Amor de Mentirinha com sentimentos misturados. O drama tinha tudo para ser aquela comédia romântica leve, gostosa e cheia de química, e em vários momentos realmente entregou isso. Gostei da forma como os vilões foram desmascarados sem enrolação. O protagonista manteve firmeza, tomou decisões sensatas e viu cada peça cair no lugar. Foi direto, foi claro, e isso deu ritmo ao final.
Os personagens principais funcionam bem juntos. A química deles aparece desde o começo e me peguei sorrindo em várias cenas. Era exatamente o tipo de vibe que eu estava sentindo falta: leve, engraçada, quase terapêutica. Mas, mesmo assim, não dá para ignorar os tropeços.
Faltou diálogo para o casal principal
O casal principal não teve o desenvolvimento que merecia. Faltou diálogo nos momentos-chave, e quando isso finalmente melhorou, o drama acelerou demais. A passagem repentina de um ano soou mais como uma saída rápida do que como um amadurecimento real. Quando chegou o pedido de casamento, eu queria sentir mais impacto, mas o texto não construiu essa emoção com calma.

E aí entra o ponto que mais me incomodou: a casa do sorteio. A casa foi o fio que uniu os protagonistas desde o início. A ligação deles nasceu ali, cresceu por causa dela e sustentou boa parte da história. Por isso, fiquei esperando uma resposta clara no final afinal, ela ficou ou não ficou com a casa?
O drama tratou como se ela fosse ficar de qualquer jeito, mas não confirmou nada. Esse silêncio é estranho, porque o objeto que deu origem a tudo desaparece do desfecho sem receber conclusão. É um detalhe, mas é também o símbolo de todo o relacionamento. Faltou fechar esse arco.
Casal secundário ficou ou não juntos?
O que mais me deixou frustrada em Amor de Mentirinha foi o final do casal secundário. Esperei muito para ver o desenvolvimento dos dois e, quando imaginei que tudo começaria a se acertar, o roteiro muda o rumo: ele vai preso. A promessa de avanço vira interrupção, e o drama perde a chance de consolidar uma relação que crescia de forma discreta, mas sólida. Depois da passagem de tempo, ele aparece novamente mas a dúvida permanece: eles estão juntos ou não?
Acompanhei cada cena de Amor de Mentirinha acreditando que ali havia algo pronto para florescer. Os olhares, os silêncios, os gestos pequenos tudo indicava um romance que se construía devagar, mas com segurança. Era o tipo de relação que não precisava de declarações grandiosas. A força estava justamente na naturalidade, no afeto que se revelava no cotidiano.

Por isso, o desfecho deles caiu como um balde de água fria. O drama recuou no momento em que deveria avançar. Depois de episódios dedicados à construção de cumplicidade, a narrativa abandona o arco sem explicar nada. Não há confirmação, sinal ou gesto final que indique continuidade. Não existe sequer uma insinuação mais firme. Fica a sensação de que a história deles foi interrompida, não concluída.
- Leia mais: “Dynamite Kiss”: tudo o que você precisa saber sobre o novo K-drama romântico da Netflix
- Leia mais: K-dramas para refletir: três enredos que mostram o cotidiano com sinceridade
Senti falta de um fechamento claro. Não precisava ser algo marcante ou longo, apenas uma cena que confirmasse o que o próprio drama passou capítulos inteiros insinuando. O romance secundário tinha potencial para reforçar o tom acolhedor da trama e equilibrar o episódio final com outro ponto de esperança. Em vez disso, ficou um vazio. E esse vazio pesa justamente porque eles poderiam ter sido um dos grandes destaques do drama.
Minhas considerações finais de Amor de Mentirinha
No fim das contas, Amor de Mentirinha é um drama gostosinho, daqueles que aliviam a cabeça e arrancam sorrisos. Tem charme, tem momentos românticos sinceros e tem personagens que poderiam render ainda mais. Só faltou tempo e coragem para desenvolver tudo o que começou tão bem. E faltou, principalmente, resposta para o que moveu a história desde o primeiro episódio: a casa que uniu os dois.
Descubra mais sobre teamdorameiraa
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.









[…] Amor de Mentirinha: um final doce, mas cheio de lacunas […]